terça-feira, 9 de junho de 2009

MEDOS

Acordo, respiro fundo...
Mais um dia começa
E eu com medo de tudo.
Medo de assumir que gostaria de ser outra
Outra pessoa, sem pudores, sem roupas
Medo de sentir desejo,
Medo de sentir prazer,
Medo de sentir medo...
E tudo que eu queria era pensar de outro jeito.
Tenho vergonha de me descobrir em toques,
De me entregar a um beijo,
De amar sem respeito.
Queria descobrir o mundo,
Mas tenho medo de me descobrir
Como alguém
Que pensa, mas não age
Que deseja, mas não vive
Que quer, mas não busca.
Invejo os que falam o que sentem,
Os que agem sem medo,
Os que se entregam aos desejos,
Os que falam sem dentes,
Os que não têm vergonha de ser gente.
Fico muda
Com medo de dizer o que sinto.
O que quero...
O que busco...
Buscando, no fundo da alma,
Coragem para nunca mais ter medo.

(Direitos Autorais reservados à para Cláudia Vicente)

2 comentários:

  1. Medo? Mas escrevendo dessa maneira fica fácil notar que esse caminho até o fundo da alma, aonde foi buscar a tal coragem, já está bem iluminado e devidamente sinalizado. Parabéns pela sensibilidade!

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  2. Amei. Lindo. qtas vezes esses medos nao nos atordoam, nao é? Parabens! Bjs

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